quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pensando Tecnologia e Sociedade

Luziele Maria Tapajós, Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade de Santa Catarina e Doutoranda da PUC-SP, desenvolve o texto “Pensando tecnologia e sociedade" trazendo como ficalidade deste trabalho, examinar algumas noções que estão presentes na análise contemporânea sobre a tecnologia nas ciências sociais ou de temas a eles atrelados. A Análise da tecnologia apresenta importantes pistas para o reconhecimento e análise das características desta sociedade marcada pelo processo acelerado da globalização econômica, por sofisticadíssimos avanços tecnológicos e pelo recrudescimento da barbárie.
Neste estudo a autora aponta que existem poucos debates sobre isso, porém, como fato social a tecnologia é ao mesmo tempo produto e prática social. Enquanto produto é comum a tecnologia conquistar o núcleo de interesse das análises que enfatizam a realidade do consumo de bens e serviços tecnológicos e suas decorrências.  Estão sempre relacionados com os resultados da utilização destes bens e serviços e suas implicações na vida dos usuários. Pensada como prática social por falta de estudos e investigações se revela incipientes a respeito desta consideração, deixando como conseqüência pouca compreensão da tecnologia como uma construção.
O texto fala que a concepção tradicional da tecnologia sustenta que a mesma tem a capacidade de satisfazer o usuário, individual ou coletivamente, sintetizando que a tecnologia é um fato centrado em si mesmo, que existem independente de nossos desejos, interesse, conhecimento e análise. Estudos sociológicos pensam a tecnologia como instituição com diferentes orientações e matrizes conceituais, sendo um conjunto de certezas, condutas, acordos e conflitos, estratégias financeiras e comerciais entre outros componentes.
Outro debate que se move é em questão do entendimento da tecnologia enquanto uma produção cultural, onde as finalidades estão articuladas a utilização real do artefato tecnológico, o que lhe dá razão e valor, e inclusive, o sentido da ação da própria do inventor e dos técnicos que trabalham no referido artefato.
A autora vai refletir sobre vários debates sobre tecnologia, um deles ampara a tradição humanista, nos 30, está idéia defende a era da recusa do “mito da máquina”, ou seja, a oposição á crença incisiva de que toda tecnologia é indispensável e sempre benéfica á humanidade.
Outra análise que Tapajós trás, surge nos anos 80, reconhece a tecnologia como sistema sociotécnico, ela trás a compreensão de que o desenvolvimento de qualquer engenho, produto, máquina ou artefato têm diretamente a ver com a composição de alguns elementos heterogêneos, entre estes a especialização técnica, o contexto social entre outro.
Outra forma de interpretação que a autora trás considera a tecnologia como uma rede de autores heterogêneos, trazendo uma concepção de rede extremamente radical e rompe com a distinção entre atores sociais e não sociais, desconhecendo a realidade de objetos e relações sociais.
Por último luziele cita a linha da tecnologia da construção, que interpreta e pressupõe que as inovações tecnológicas e as práticas conseqüentes ao seu processo de desenvolvimento fazem parte da realidade ao serem determinadas pela sociedade e seu mundo, sustentando que os artefatos são tanto construções individuais e coletivas de grupos sociais específicos que possuem os mesmos significados e expectativas.
Tapajós trabalha a sociedade da informação sendo fenômenos que deixam meio aturdidos homens e sociedade, que vem aproximar se de uma nova era imprecisa, onde uns defende a idéia de um mundo, pretensamente regido pela tecnologia enquanto outros combatem essa mesma idéia. Também grandes escritores ora defende ora condena a questão da tecnologia. 
A autora cita Pierre Lévy, pois o mesmo afirma que o mundo e as pessoas tendem supostamente a virtualizar-se cada vez mais. De acordo com o texto o conceito de virtualização compreende a mutação contemporânea visando dela participar. Vale considerar diz a autora, que esta virtualização não é vista como sinônimo de um mundo falso ou imaginário, ao invés, se aproxima de um mundo de existência onde coexistem mentiras e verdades.
Contudo nasce uma grande preocupação de nos enquanto sociedade pois como nos mostra a autora se utilizando do autor Nicholas Negroponte, onde ele afirma que vivemos o surgimento de uma sociedade pós-informacional onde o conhecimento diz respeito diretamente com máquinas entendendo e interagindo com o individuo e os acontecimentos, onde a vida digital exigirá cada vez menos a presença material e sim a transmissão digital de lugares e onde a noção de público se encerra em um só espectador, uma só pessoa.  
Dentro de uma perspectiva crítica a pós-modernidade a autora coloca que é importante reconhecer as condições adversas e as gravidades arrostadas na implementação da modernidade e não negando as condições existentes durante sua marcha pela história, animada ora por descobertas, e inventos ora por exclusão social e capitalismo em expansão.
Outra preocupação que nos coloca esse texto é a idéia de que os conhecimentos gerados nessa nova realidade irão tendencialmete anular ou subjugar todo o conhecimento gerado nesta nova matéria de substituição pelo conjunto de saberes nascidos na cibernética.
O filosofo Karl Marx já enfatizava as interações e conflitos de classe sociais e instituição, existente nesta questão deslocando o foco de interesse do individuo como mônada para uma percepção viva do coletivo. Marx indica que a tecnologia é um componente essencial para entender a sociedade.




Debate: Modelo de Gestão para o Sistema ùnico de Sáude

No ultimo dia 12 de maio no Anfiteatro do CESA/UEL, houve por parte do Departamento de Serviço Social e do Fórum Popular de em Defesa da Saúde Publica de Londrina, um convite para constituírem uma mesa redonda para a discussão em relação ao tema: “Modelos de Gestão para o Sistema Único de Saúde: o debate das OS (Organização Social), OSCIPS (Organização as Sociedade Civil de Interesse Publico) e Fundação Estatal de Direito Privado”. Sendo então os convidados: Maria Fatima Siliansky de Andreazzi (Professora do Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina da UFRJ e do IESC); Hélio de Jesus (representante dos trabalhadores, SINDIPREVS-PR) e Bernardo Pilotto (diretor do SINDTEST, membro do FOPS (Fórum Popular de Saúde-PR) e Servidor do HC/UFPR). Tendo apoio do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e Politica Social UEL.
Como primeira fala tivemos Maria Fatima, que apresentou a parceria com o terceiro setor, colocando como uma forma de privatização camuflada. Apresentou também as OS-OSCIPS e fundações estatais de direito privado, que obedecem as diretrizes da reforma do Estado (anos 1990), tendo a Lei da Responsabilidade Social como um instrumento. Juntamente também recomendações constantes dos documentos do Banco Mundial. Em sua fala a convidada também apresentou algumas consequências, sendo uma delas a perda dos direitos do trabalho, redução do Estado universal, assistência aos pobres, entre outros. Ela apontou e destacou pontos importantes em relação discussão da privatização da saúde. Já como segunda fala tivemos o convidado Bernardo Piloto, membro do Fórum, que descreveu sobre seu ponto de vista e da atualidade, como se encontra o Sistema de Saúde, que segundo ele a situação da saúde esta muito complexa, onde se necessita de uma permanência e qualidade nos serviços de saúde publica, tendo mais estabilidade, onde o vinculo entre usuário e servidor é importante. Seguindo a discussão em torno deste tema o convidado Hélio da inicio a sua fala, também abrindo um dialogo em relação às OSCIPs.
Diante da falo dos convidados foi possível observar o quanto é necessário o debate em torno da saúde publica do país, e em especifico em Londrina.