(Alunas Eliane, Valnice e Thays, do quarto ano do Curso de Serviço Social da UEL)
Este presente trabalho consiste no estudo realizado em relação ao sigilo “Assistente Social e Tecnologia de Informação”, desenvolvido que Professor Mestre em Serviço Social Márcio Antunes da Silva. Onde teve como objetivo abordar a utilização das Tecnologias de Informação pelos profissionais de Serviço Social. O autor apresenta seu estudo em duas partes, sendo elas: Tecnologias de informação e o Serviço Social e as novas tecnologias.
O avanço das tecnologias de informação nos processos de trabalho está relacionado ao conjunto das condições históricas e sociais, de forma que o serviço social necessita interagir com estas tecnologias por serem elas forças produtivas. O autor referencia Marx ao apontar que as forças produtivas são o elemento dinâmico no desenvolvimento dos diversos modos de produção. Constituindo-se em um elemento dinâmico da estrutura econômica que impulsiona o progresso da sociedade.
O uso das tecnologias de informação nos processos de trabalho surgem de forma a revolucionar não somente a vida das pessoas, como também se consolidar com a lógica e o modelo capitalista, uma vez que oferece diversos meios de acelerar transações comerciais com uma maior margem de lucros.
O autor aponta uma conseqüência do uso das tecnologias da informação para o mercado de trabalho: o desemprego. Segundo ele o aumento da produtividade através do auxilio das tecnologias, faz com que milhares de postos de trabalho sejam extintos do mercado. Desta forma ao mesmo tempo em que muitos trabalhadores perdem seu espaço de trabalho, se deparam com a dificuldade se adequarem as exigências que o mercado de trabalho impõe devido ao avanço tecnológico e a substituição da mão de obra humana pelo uso de máquinas.
Segundo o autor o desenvolvimento tecnológico redesenha as profissões, os papeis de grupo profissionais, chegando a extinguir profissões e criar outras. No serviço social as tecnologias de informação apresentam-se como ferramentas de auxilio nos processos de trabalho.
Um agravante do uso da tecnologia para o assistente social é o não questionamento das condições e objetivos implícitos no uso das tecnologias de informação, limitando-se apenas em operá-las. Um exemplo é o uso de SIPIA – Sistema de Informação para Infância e Adolescência, que é um programa de microcomputador que operacionaliza as medidas de proteção aplicadas às crianças e adolescentes pelos conselheiros tutelares. Os municípios que se recusam a usar o sistema são ameaçados de terem recursos estaduais e federais cortados.
Embora seja necessário uma analise critica sobre o uso das tecnologias, é importante apontar que os benefícios para a gestão dos serviços sociais, como a manutenção atualizada do banco de dados da população usuária do serviço, a possibilidade da utilização de softwares que cruzam dados de atendimento com indicadores sociais e ainda um constante processo de monitoramento e avaliação.
O autor busca em Souza uma reflexão para a importância do uso das tecnologias de informação para o serviço social, no que tange a ruptura com o conservadorismo, buscando a ampliação das condições políticas e tecnológicas da profissão. Por outro lado ele nos chama a atenção ao apontar que as tecnologias não podem ser utilizadas como instrumentos neutros, tendo em vista que sua utilização implica uma intencionalidade e por esse motivo cabe ao assistente social ter uma visão critica quanto sua utilização.
Apoiado em Kern o autor mostra que a analise critica é necessária devido à forma que as tecnologias de informação atingem os usuários do serviço. Uma vez que esses usuários não possuem acesso a tecnologia, encontram dificuldades para ter acesso a certos benefícios, como por exemplo o uso do cartão magnético para retirada de beneficio.
O assistente social deve estar atento ao que muitas vezes lhe é apresentado como ferramenta de trabalho, pois cada vez mais o modo de produção capitalista apresenta demandas travestidas de “questão social”, e pode parecer que o simples uso da tecnologia poderia ajudar a resolver tais questões. Todavia as questões sociais não são do âmbito tecnológicos, mas sim histórico social.
De acordo com Souza, o autor defende que o Serviço Social deve dar respostas imediatas as demandas que surgem a profissão e conclui que as tecnologias de informação implicam em vantagens e perigos para o exercício profissional do assistente social.
O modo de produção capitalista aposta nas tecnologias de informação para induzir o consumo e gerar lucro, tornando cada vez mais necessário o seu uso e “excluindo” os indivíduos que não possuem acesso. Por outro lado não podemos negar a integração com a tecnologia, sendo ela responsável por facilitar relações sociais e profissionais.
Para o serviço social, como o próprio autor apontou, devemos estar atentos com a intencionalidade do instrumento utilizado, para não reproduzirmos um serviço que irá prejudicar o usuário e excluir o caráter de direito dos atendimentos.
Artigo Resenhado: ‘Assistente Social e Tecnologias de Informação’ p. 1-5
Marcio Antunes da Silva Prof. Mest. em Serviço Social.